Pesquisa com dois mil consumidores brasileiros revela que a Black Friday é o verdadeiro Natal do setor de artigos de decoração e utilidades domésticas. Essa é primeira etapa da pesquisa de comportamento de compra com consumidores de Artigos para Casa, desenvolvida pelo IEMI – Inteligência de Mercado, com exclusividade para a ABCASA, na qual são apresentados os resultados da intenção de compra desses consumidores no Brasil, para o período de final de ano, incluindo as datas mais relevantes do varejo local: Black Friday, Natal e Réveillon.
De acordo com a pesquisa, 82% dos entrevistados dizem que estão dispostos a aproveitar as oportunidades de compras durante estas três datas. Porém, com 79% das respostas, a Black Friday é, de longe, o período mais popular para a aquisição de artigos para casa, seguida do Natal (8%) e das promoções de janeiro (5%). O levantamento também revela que uma parte dos consumidores (7%) ainda estão indecisos sobre quando farão suas compras do setor.
“A Black Friday se consolidou como a principal data para compras de artigos para casa, superando até mesmo o Natal. Este fenômeno pode ser atribuído aos grandes descontos e à ampla divulgação desse período que já se tornou uma tradição no calendário do varejo brasileiro, indicando uma mudança no comportamento do consumidor, que busca oportunidades de compra mais vantajosas. A preferência pela Black Friday pode também refletir uma tendência de consumo mais consciente e planejado, em que os consumidores aguardam as grandes promoções para realizar suas compras”, afirma Eduardo Cincinato, Presidente da ABCasa.
Para o diretor executivo da ABCasa, Anderson Passos, a Black Friday é uma oportunidade cada vez mais crucial para impulsionar as vendas e captar novos clientes de artigos para casa e decoração, além de fidelizar os atuais. “Isso exige que as empresas estejam atentas às expectativas dos clientes, oferecendo não apenas descontos, mas também experiências de compra positivas e diferenciadas. Por isso, é fundamental que o setor de artigos para casa continue a inovar e adaptar suas estratégias para atender às necessidades e desejos dos consumidores. A integração de canais digitais e físicos, a personalização das ofertas e a melhoria dos serviços de entrega e atendimento ao cliente serão determinantes para o sucesso nesta e nas próximas edições da Black Friday, bem como em outras datas importantes do varejo”.
Perfil dos consumidores
A maioria dos consumidores que planeja realizar compras de artigos para casa é composta por mulheres (60%), o que reflete uma tendência comum em aquisições de itens do segmento. Em relação à faixa etária, o público mais relevante para compra destes produtos está na faixa de 25 a 44 anos, que representa 62% dos consumidores – o público acima de 45 anos corresponde a 23% e a faixa etária entre 18 e 24 anos representa 15%.
A região Sudeste se destaca com 46% dos consumidores, enquanto o Nordeste representa 22% e o Sul responde por 20%. Já nas regiões Norte e Centro-Oeste, juntas, totalizam 12%. Em termos de classe social, o grupo A/B, que engloba consumidores com maior poder aquisitivo, representa 44% do total de compradores. O grupo C, que inclui a classe média, concentra 43% dos consumidores. Por fim, o grupo D/E representa 14% dos compradores.
Na análise por gênero, 85% das mulheres e 78% dos homens pretendem comprar artigos de casa no final de 2024. Por faixa etária, o público de 18 a 34 anos tem uma alta intenção de compra (87% a 88%). Para os consumidores de 35 anos ou mais, embora a intenção de compra seja um pouco menor (83% entre 35 e 44 anos e 72% acima de 45 anos), elas refletem uma diminuição gradual conforme aumentam as faixas etárias.
Em todas as regiões, a intenção de compra de artigos de casa no final de ano varia de 79% a 85%. No Sul, ela é de 79%; no Sudeste, de 82%, no Nordeste, 84%; e nas regiões Norte e Centro-Oeste, juntas, 85%. O grupo A/B apresenta a maior intenção de compra (84%), o que indica que o público dentro desse segmento está altamente motivado a fazer compras, enquanto nas classes C (82%) e D/E (76%), essa pretensão diminui um pouco.
Produtos preferidos
De acordo com o Diretor Executivo da ABCasa, o aumento na intenção de compra neste período (de 45% para 68%) reflete um desejo maior de renovar a casa, principalmente em datas como Black Friday e Natal, quando as pessoas costumam adquirir itens decorativos para suas casas por conta das festas de final de ano, como enfeites natalinos, almofadas, velas, quadros, etc.
“Já o menor interesse por utilidades domésticas (de 55% para 32%) sugere que, embora ainda haja uma base de consumidores atraídos, o foco em produtos de uso cotidiano pode ser um pouco menor em comparação ao mesmo período, demostrando uma sazonalidade na qual as compras de utilidades domésticas tendem a ocorrer de forma mais constante ao longo do ano, enquanto a demanda por decoração tende a se concentrar nas épocas de festividades e renovação”, avalia Passos.
Preferência por lojas on-line
A maioria dos consumidores (60%) indica que pretende realizar suas próximas compras por meio de plataformas de e-commerce. “Esse dado confirma a tendência crescente do consumo digital, impulsionado por fatores como a conveniência, a possibilidade de comparar preços, a disponibilidade de promoções (como as de Black Friday), e a experiência de compra sem sair de casa. Porém, 25% dos consumidores ainda preferem as lojas físicas de rua para suas compras, o que indica que, apesar do crescimento do comércio eletrônico, ainda há uma base significativa de consumidores que valoriza a experiência de comprar pessoalmente”, pondera Cincinato.
O levantamento mostra que apesar da preferência por lojas de shopping ser mais baixa (15%), representa um segmento a ser trabalhado, pois ainda atraem um público ávido por experiências de compra combinada com entretenimento e outras opções de lazer que os centros comerciais oferecem, como praças de alimentação, cinemas e parques de diversão.
Pretensões de gastos
36% dos consumidores entrevistados já têm uma ideia de quanto estão dispostos a investir com produtos para casa nas compras de final de ano. A média (R$ 732,49) é 31,6% mais alta do que o valor investido na última compra (R$ 556,61), provavelmente impulsionada por compras sazonais de final de ano, como promoções de Black Friday e Natal.
Considerando a população de 212 milhões de brasileiros, moradores de 73 milhões de domicílios, o consumo per capita anual de artigos para casa é de R$ 481 e o consumo médio por moradia é de R$ 1.397. Segundo estimativas da IEMI, o varejo brasileiro neste tipo de produtos totalizou R$ 102 bilhões entre janeiro e outubro de 2024, um incremento de 9,2% ante ao mesmo período do ano passado.
Para novembro e dezembro deste ano, indicadores preliminares dos painéis de monitoramento de mercado do IEMI apontam para um crescimento das vendas de artigos de decoração e utensílios domésticos da ordem de R$ 21,1 bilhões, proporcionando um crescimento nominal (sem descontar a inflação) da ordem de 8,6% sobre o mesmo período de 2023.