Imagine adquirir a casa dos sonhos, apenas para descobrir posteriormente que o imóvel está penhorado em um processo judicial. Situações semelhantes podem ocorrer quando empresas buscam crescer por meio de aquisições. Sem uma auditoria jurídica minuciosa, o comprador pode herdar passivos significativos, resultando em prejuízos inesperados ou até mesmo na anulação da transação.
A tecnologia atual, no entanto, permite levantar rapidamente certidões jurídicas e fiscais, identificar passivos e dívidas, e alertar sobre potenciais riscos, mitigando a desconfiança e a falta de transparência a um custo acessível. É exatamente isso que faz a PortData, uma vertical da Port Louis especializada na automação de auditorias jurídicas, que encerrou o primeiro quadrimestre de 2024 com um crescimento de 25% em seu faturamento comparado ao mesmo período do ano anterior. “Nosso principal objetivo é possibilitar transparência nas transações, gerando benefícios claros para todas as partes envolvidas, contribuindo para a produtividade e a geração de riqueza no nosso país”, afirma Renata Soares, sócia-fundadora da Port Louis.
No primeiro semestre deste ano, a plataforma realizou cerca de 8.000 pesquisas por CNPJ e CPF. A PortData, com sua tecnologia Due Diligence 5.0, utiliza inteligência artificial e machine learning para automatizar tarefas anteriormente manuais e repetitivas, como o levantamento de certidões em diversos órgãos jurídicos do país. Além disso, a plataforma centraliza, organiza e oferece insights analíticos sobre o conteúdo desses documentos, classificando e identificando fatores de risco com diferentes níveis de gravidade para apoiar a avaliação jurídica dos usuários.
“Através da PortData, nossos clientes conseguem obter mais de três mil certidões distintas de diversos emissores em todo o Brasil. Essas certidões abrangem matérias fiscais, cíveis, trabalhistas, criminais, falências e concordatas, entre outras, muitas vezes revelando uma lista extensa de processos existentes. Tornamos a tarefa de identificar passivos jurídicos mais rápida e precisa, o que pode impactar o valor de uma transação ou até mesmo inviabilizá-la”, explica Renata.
Devido à estrutura judiciária e fiscal altamente capilarizada do Brasil, o primeiro desafio é levantar as certidões de diversos agentes, cada um com seu próprio sistema, demandas de inputs e prazos de retorno distintos. Um processo de Due Diligence, portanto, não pode ser feito às pressas e requer uma gestão cautelosa de documentos, especialmente quando há múltiplos apontamentos. “O tempo dispendido em um processo analógico é exaustivo, pois exige que a pessoa solicite as certidões de diversos emissores, inserindo repetidamente os mesmos dados ou dados distintos, o que aumenta a chance de erro”, ressalta Renata.
Esse tipo de avaliação é crucial para qualquer transação relevante ao patrimônio, seja de uma pessoa física ou jurídica. “Antes de dar qualquer passo, mesmo que a operação não seja tão grande, é preciso ter certeza de que não há qualquer passivo que a inviabilize”, conclui Renata.