O universo dos pagamentos digitais está em constante evolução, guiado por inovações tecnológicas, mudanças nos hábitos dos consumidores e pela busca de soluções mais práticas e seguras. Para 2025, o setor promete avanços significativos, com a consolidação de métodos existentes e o surgimento de novas tecnologias.
Segundo Alex Tabor, CEO da Tuna Pagamentos, fintech brasileira referência e líder em orquestração de pagamentos, “o próximo ano será marcado por uma combinação de expansão, personalização e desafios, que continuarão a transformar o mercado”. Com o apoio de dados do Relatório de Gestão do Pix, divulgado pelo Banco Central, o especialista traz, então, cinco tendências que, em sua visão, devem impactar os pagamentos digitais no próximo ano.
- Consolidação de métodos já existentes
O Pix é um dos grandes destaques do mercado brasileiro, movimentando mais de R$ 11 trilhões no primeiro semestre de 2024, segundo o Banco Central. “Suas funcionalidades, como Pix Saque e Pix Troco, ampliaram seu alcance e contribuíram para a inclusão financeira, permitindo que mais pessoas tivessem acesso a serviços digitais”, afirma Tabor.
Além disso, a tecnologia contactless, que já representa 50% das transações com cartões no Brasil, segue ganhando força. Sua integração com carteiras digitais tem impulsionado o e-commerce e facilitado a experiência de compra em aplicativos e lojas físicas.
As carteiras digitais também destacam-se, com 40 milhões de usuários no país, oferecendo novos serviços como integração com programas de fidelidade e benefícios personalizados.
- Popularização de tecnologias emergentes
“A adoção de pagamentos por aproximação (NFC) está em expansão. Atualmente, 60% dos varejistas brasileiros já aceitam essa tecnologia, que começa a ser usada em setores como transporte público, com exemplos em cidades como Brasília”, pontua o especialista.
Outra inovação crescente, segundo ele, é a biometria, que está sendo cada vez mais utilizada para autenticação de pagamentos. Além de simplificar a experiência do usuário, reduz fraudes em até 70%, segundo o Bacen.
No campo das tecnologias emergentes, blockchain e criptomoedas continuam atraindo atenção, apesar de desafios regulatórios. Seu potencial de transformar o setor financeiro é inegável, especialmente, em mercados onde transparência e descentralização são valorizadas.
- Personalização com Open Banking
O Open Banking é uma das apostas mais promissoras para 2025. A expectativa é que o número de usuários alcance 20 milhões até o final de 2024, proporcionando personalização de produtos financeiros e estimulando a competitividade entre instituições.
“O compartilhamento de dados está possibilitando a criação de ofertas mais alinhadas às necessidades dos consumidores, o que eleva a experiência no setor financeiro”, explica Alex Tabor.
- Transformação da experiência com Embedded Finance e pagamentos invisíveis
A integração de serviços financeiros em aplicativos e plataformas não financeiras, conhecida como Embedded Finance, está simplificando a jornada do consumidor. Pagamentos invisíveis — aqueles que acontecem, automaticamente, sem a necessidade de ação direta do cliente — também estão ganhando destaque, especialmente, no varejo e em serviços de assinatura.
Além disso, o crescimento dos pagamentos instantâneos, globalmente, está tornando as transações mais ágeis, um fator importante para o comércio eletrônico e o relacionamento entre empresas e consumidores.
- Desafios de segurança
A segurança é um dos principais desafios do setor. Fraudes digitais geram perdas anuais superiores a R$ 5 bilhões no Brasil, destacando a necessidade de tecnologias mais robustas e de maior educação financeira para os consumidores, segundo Tabor.
A inclusão financeira também é um objetivo-chave. O Banco Central estima que a participação da população no sistema financeiro formal pode crescer 30% nos próximos anos, graças à expansão de serviços digitais. Contudo, para garantir um avanço sustentável, é essencial que a regulamentação acompanhe a inovação, equilibrando proteção ao consumidor e estímulo à tecnologia.
Assim, em 2025, as tendências de consolidação, inovação e sustentabilidade prometem transformar ainda mais o ecossistema financeiro. O desafio será manter o equilíbrio entre a adoção de novas tecnologias e a superação de questões regulatórias e de segurança, garantindo um mercado mais eficiente, inclusivo e conectado às necessidades dos consumidores.