Você já parou para pensar como funciona a comunicação das marcas com a Geração Z, que são as pessoas de 13 a 27 anos? Para responder essa pergunta, o InstitutoZ, braço de pesquisa da Trope – consultoria de Geração Z e Alpha – analisou as tendências acerca do tema e das principais discussões sobre criatividade em eventos como Vidcon e Cannes Lions International Festival of Creativity.
Os dois eventos aconteceram em junho de 2024 e Luiz Menezes, fundador da empresa, acompanhou ambos presencialmente. “A GenZ vem ditando as regras do jogo, influenciando as demais e definindo o que é cringe, o que é cool e, por isso, as marcas querem andar com ela no recreio. Mas como transitar por uma geração fragmentada em microcomunidades online?”, questiona.
Segundo Luiz, as novas gerações dominam isso bem e, por essa razão, a formação de comunidade passou a ser fundamental na estratégia das marcas inseridas na creator economy. As comunidades são grupos de pessoas que compartilham interesses em comum, o que é extremamente relevante para a Geração Z, pois fazem com que se sintam pertencentes a algo. E essas comunidades nascem a partir de ‘conexão’.
Dados do InstitutoZ apontam que 55% das campanhas vencedoras do Cannes Lions e 50% dos painéis da Vidcon abordaram de alguma maneira o conceito de ‘conexão’. As gerações Z e Alpha formam conexões reais no ambiente virtual e a tendência é que o mundo digital e o físico se integrem cada vez mais. Ou seja, as marcas precisam estar atentas para se adaptarem e conseguirem se comunicar melhor com seu público-alvo.
Para fazer isso com maestria, Luiz explica que a conexão deve ser a protagonista nas conversas e que existem várias formas de se conectar com as novas gerações, seja por representatividade ou por autenticidade, e é mais eficaz quando as duas estão juntas. A representatividade permite que mais pessoas se identifiquem com a marca e a autenticidade faz com que seja fiel ao seu propósito sem ser mais do mesmo.
O especialista explica que, hoje em dia, um dos principais desafios de negócio das grandes companhias é justamente conseguir atingir esses novos consumidores. “As estratégias lineares e o funil de vendas não é o mesmo para a GenZ e para a Gen Alfa, que interagem com marcas em diferentes pontos de contato, de maneira fracionada, e não linear”, revela Luiz.
Durante a VidCon, foi apresentada uma pesquisa da Paramount, que avaliou aspectos da Geração Alpha, que são os nascidos a partir de 2010. Segundo os dados, existem 48 milhões de pessoas dessa geração nos EUA, o que representa 15% da população. A estimativa é que impactem a economia em US$ 5,4 trilhões nos próximos anos. De acordo com o censo do IBGE, 19,75% da população do Brasil é Gen Alpha, cerca de 40 milhões de pessoas.
Para Luiz, apesar de várias características em comum, a visão de mundo da Geração Alpha é bem diferente da Geração Z, pois desde o nascimento já estão inseridos em uma realidade multicultural. Segundo ele, a tendência é que seja uma geração mais diversa, o que mudará o funcionamento da lógica de consumo e das relações no modo em que conhecemos.
Neste sentido, produtos e serviços personalizados podem ser a chave do sucesso para as marcas. Um dos painéis do Cannes Lions trouxe uma pesquisa da Dentsu Creative, que aponta que 87% dos profissionais de marketing da China dizem que precisam de estratégia específica de marketing para Geração Z e 80% dos profissionais de marketing globais concordam com essa constatação. Ou seja, é uma afirmação mundial.
Por essa razão, Luiz Menezes dá três dicas para que as marcas possam se comunicar melhor com a Geração Z e Alpha na prática:
- Para a geração da multiplicidade, estranha é a ausência da diversidade;
- Filtragem por grupos de interesse e não só por recortes demográficos;
- Transparência e revelar o processo geram conexão (marcas humanas e vulneráveis).
O especialista ressalta que as marcas precisam saber usar as ferramentas disponíveis a seu favor. “Os criadores de conteúdo podem ser grandes aliados para gerar conexão genuína com as novas gerações, trazendo a representatividade e autenticidade que faltam para que a sua marca consiga ter conteúdos que ressoem positivamente com o público-alvo”, finaliza.