O mercado publicitário brasileiro está em plena expansão, com um cenário mais otimista do que nunca. Segundo um relatório da Dentsu, o setor deve crescer 5% até o final do ano, atingindo US$754,4 bilhões globalmente, impulsionado pelo segmento digital que deve capturar 59,6% dos gastos. No Brasil, a expansão do online deve chegar a 8,1% em 2024, graças a movimentos importantes do mercado.
Alessandra Bottini, CEO da 270B no Brasil, agência full service com expertise em soluções criativas e inovadoras, destaca que este panorama favorável abre espaço para a adoção de novas estratégias publicitárias, especialmente aquelas já testadas com sucesso nos Estados Unidos.
Marketing de Influência
Uma das principais tendências é o marketing de influência, com foco em micro e nano-influenciadores. Alessandra acredita que o prestígio desses influenciadores, aliado ao uso de vídeos curtos e conteúdos interativos em plataformas como TikTok e Instagram Reels, pode fortalecer a conexão entre o público e as marcas. “Essa vertente autêntica e próxima conquista a confiança e a atenção dos consumidores, tornando-se um canal crucial para as marcas”, afirma.
Personalização
Outra tendência é a personalização avançada dos conteúdos, impulsionada pelo uso crescente da inteligência artificial nas campanhas. A coleta e análise de dados permitem a criação de experiências segmentadas e mais assertivas para os clientes. “A inteligência artificial tem o potencial de transformar profundamente as estratégias de marketing, desde a segmentação de públicos e personalização de conteúdo, até a automação de campanhas e análise de dados em tempo real”, explica Alessandra.
Sustentabilidade
A crescente preocupação com sustentabilidade e responsabilidade social também deve influenciar os projetos de marcas no país. Alessandra observa que os consumidores estão se tornando mais exigentes e conscientes, demandando mais transparência e autenticidade das marcas. “As empresas que abraçarem essa causa serão recompensadas”, destaca.
Desafios do Semestre
Apesar do cenário promissor, Alessandra alerta que a simples aplicação de estratégias bem-sucedidas no exterior não é suficiente. O Brasil possui diferenças culturais significativas em relação aos EUA, o que exige adaptações. “O mercado americano tende a ser mais orientado por dados e tecnologia, com campanhas altamente segmentadas e personalizadas. Já no Brasil, há um foco maior na criatividade, na emoção e na conexão pessoal”, explica.
Outro desafio é a infraestrutura tecnológica, que pode limitar a implementação de soluções avançadas no Brasil. “Melhorias no acesso à internet de alta velocidade e a adoção de ferramentas avançadas de análise de dados são essenciais. Além disso, é necessário um investimento significativo em treinamento e capacitação”, pontua Alessandra.
Apesar dos desafios, Alessandra Bottini reforça que o Brasil possui enormes oportunidades. “A diversidade cultural e a criatividade do publicitário brasileiro são ativos inestimáveis e únicos globalmente. Combinados com práticas modernas e tecnologias recentes, a criação publicitária tem tudo para alcançar novos patamares já neste segundo semestre”, conclui.