Segundo a pesquisa Pulsos 2023 da Ipsos, 61% dos brasileiros enfrentam dificuldades para poupar dinheiro. Um fato que exemplifica essa questão é em relação a alguns países desenvolvidos, que possuem índices de poupança familiar mais altos, enquanto o Brasil está bem abaixo da média global.
Este cenário é agravado pela inflação e pela instabilidade econômica, que aumentam a dificuldade da população de manter uma reserva financeira. No entanto, a falta de informação e disciplina sobre gestão de finanças pessoais são fatores críticos, e ainda mais urgentes, que contribuem para essa situação.
Segundo Marilucia Silva Pertile, cofundadora da Start Growth, que entrega expertise, capital e experiência para startups, as fintechs voltadas para a economia pessoal têm oferecido novas soluções para enfrentar esse desafio. A fintech Smart Save, uma recente investida da empresa, é um exemplo notável de como a inovação pode ajudar a resolver problemas financeiros comuns. “A solução permite aos usuários economizar e investir dinheiro automaticamente com base em suas compras diárias, funcionando como um ‘cofre digital’ moderno”, explica.
Cofre digital
Para a investidora, a Smart Save traz uma revolução no modo de economizar do brasileiro porque atinge diretamente uma das principais fragilidades da população com relação aos gastos: a falta de controle do extrato bancário e do limite do cartão de crédito.
A proposta da Smart Save é simples, mas promete ser eficaz: a cada compra realizada com o cartão de crédito, débito ou pix, um valor adicional (previamente parametrizado) é guardado como investimento, através do arredondamento do troco. “Eles oferecem o nosso cofre do passado, mas em formato digital. É uma fintech B2C que processa de forma que até agora não havíamos visto”, ressalta.
Desafios e oportunidades para a educação financeira
A falta de conhecimento financeiro da maior parte da população é um obstáculo significativo para a capacidade de poupança no país. Porém, segundo a especialista, o investimento em soluções inovadoras que as ajudem a superar esses desafios pode ser um caminho para que comecem a se interessar pelas possibilidades de investimentos. “Elas podem atingir tanto públicos que têm dificuldade em guardar dinheiro, quanto aqueles que desejam aprender a investir e não sabem por onde começar”, reforça Marilucia.