Apesar da produção de grãos bater recordes sobre recordes, a capacidade de armazenagem no Brasil, não condiz com este aumento. E, dentro do que existe para armazenar, muitas unidades são antigas, mais de 20 anos de instalação, com equipamentos defasados pelo tempo e pelas tecnologias. Se, por um lado os investimentos em tratores, colheitadeiras e outros implementos que já contam com sensores multi modernos recebem boa atenção dos produtores, a área de armazenagem, que é onde ele vai guardar seu patrimônio colhido, não tem recebido a mesma atenção.
“É curioso observar a ordem de prioridade do produtor rural brasileiro quando se refere a investimentos feitos pela sua empresa. A primeira coisa que ele pensa, quando tem sobra de recursos é comprar terras, a segunda maquinário agrícola e. nos últimos itens, estão ou comprar um sistema de armazenagem ou renovar e melhorar o que já tem”, comenta Everton Rorato, diretor comercial da PCE Engenharia empresa com 19 anos de atuação e que nos últimos anos tem se dedicado ao setor de automação em equipamentos para o pós-colheita. Na visão dele, isto é um dos fatores que contribuem para a defasagem tecnológica que ocorre atualmente no parque de armazenagem brasileiro. “Só para ter uma ideia, nos últimos cinco anos, houve uma evolução muito grande em pesquisas e desenvolvimento de sensores, sistemas que captam informações do que acontece no ambiente de um silo ou de um armazém, na termometria digital, em conectividade, entre outros, mas isto não tem sido adotado por grande parte dos que atuam com armazenagem, criando uma defasagem bem significativa na gestão deste processo”, afirma Rorato.
O executivo menciona até que esta falta de atualização tecnológica acaba trazendo prejuízos ao armazenador. Segundo ele a gestão de armazenagem do grão demanda que o encarregado por esta função esteja bem atento aos vários fatores que acontecem no ambiente interno e externo de um silo. “Temperatura dentro e fora do silo, umidade relativa do ar, pressão atmosférica, tudo isto, por incrível que pareça, precisam ser medidos para saber se é ou não o momento de ligar uma aeração, por exemplo. E equipamentos defasados tecnologicamente podem fazer uma leitura errada de todos estes itens, passar uma informação errada e causar uma perda dos grãos ou de sua qualidade trazendo, ao final, prejuízo”, assinala o diretor comercial.
Rorato diz que foi olhando para esta situação que a PCE desenvolveu soluções de automação para o controle das condições de armazenagem dos grãos. A empresa tem na área de termometria digital um dos destaques do seu portfólio. Através deste sistema é possível acompanhar como anda a temperatura dos grãos armazenados, via um aplicativo desenvolvido pela PCE e, com base nestas informações, tomar a decisão mais acertada para o momento. Outra tecnologia desenvolvida pela empresa é um portal, disponível na nuvem e que o gestor de armazenagem pode acessar de onde estiver, e que apresenta as condições em que o grão se encontra dentro do silo/armazém. O sistema apresenta diversas informações de forma muito clara, produzindo um histórico de dados para consultar a qualquer hora. “É uma tecnologia que permite rastrear as condições de armazenagem dos grãos, auxiliando na tomada de decisões neste processo”, finaliza Rorato.