O cenário tecnológico global continua a evoluir em um ritmo acelerado, trazendo oportunidades extraordinárias e desafios complexos para 2025. Para não serem deixadas para trás, muitas organizações ao redor do mundo têm no radar a importância dos insights inteligentes, da diversidade de testes e da capacidade de se adaptar rapidamente.
Para ajudar os gestores nesse processo, o CESAR, mais completo centro de inovação e conhecimento do Brasil, destaca sete tendências-chave que irão moldar o ecossistema corporativo e o ambiente digital e, como consequência, o nosso futuro.
Confira.
#1 Agentic IA: A ascensão dos trabalhadores digitais autônomos
A próxima evolução da IA é fundamentalmente diferente do que vimos antes. A tendência de Agentic AI representa um salto significativo além dos chatbots tradicionais e sistemas automatizados, trazendo capacidades de tomada de decisões autônomas que prometem remodelar como as organizações operam.
Enquanto as ferramentas de IA convencionais seguem scripts pré-determinados, os sistemas de Agentic AI podem aprender, raciocinar e agir independentemente de parâmetros definidos. Até 2028, a Gartner prevê que 15% das decisões de trabalho diárias serão feitas autonomamente por esses sistemas.
Tarefas que antes exigiam dias de processamento manual agora podem ser concluídas em segundos, desde o gerenciamento complexo de contas de clientes até operações empresariais. À medida que esta tecnologia amadurece, estamos vendo a emergência de novos papéis como treinadores de IA e orquestradores de fluxo de trabalho.
Além disso, o local de trabalho do futuro provavelmente será um ambiente híbrido onde os humanos evoluem de executores de tarefas para orquestradores estratégicos, gerenciando equipes de agentes de IA especializados. O próprio Laboratório de IA Generativa do CESAR (GenIAL) exemplifica essa evolução. Estabelecido em 2023, o GenIAL foca no design de modelos de negócios impulsionados por IA, com o objetivo de construir uma infraestrutura robusta de treinamento de modelos e oferecer programas educacionais direcionados.
#2 Ambient Intelligence: A revolução tecnológica Invisível
A próxima onda de transformação tecnológica não é apenas inteligente – é invisível e onipresente. À medida que avançamos para 2025, a Ambient Intelligence ou “Inteligência Ambiental” está se entrelaçando no tecido de nossas cidades e indústrias, com o Brasil emergindo como um importante centro de inovação.
Uma iniciativa batizada Yes!Recife exemplifica como essa tendência pode abordar desafios urbanos, usando Design Thinking e oficinas colaborativas para enfrentar questões desde eficiência no cuidado à saúde até manutenção de estradas em tempo real.
O futuro está no que um investidor brasileiro chama de abordagem “AIoT First” – a poderosa fusão da IA com a Internet das Coisas. Esta convergência está criando ambientes inteligentes que respondem de forma transparente às necessidades humanas, desde otimizar operações industriais até aprimorar serviços urbanos, enquanto prioriza a sustentabilidade e a qualidade de vida.
#3 Computação Quântica: Explorando o futuro da tecnologia de alto desempenho
A computação quântica representa uma revolução iminente nas capacidades computacionais, prometendo ultrapassar os limites das tecnologias tradicionais com sua habilidade de processar informações em uma escala e velocidade inimagináveis. Essa tecnologia emergente tem o potencial de resolver problemas complexos que são intransponíveis para os supercomputadores clássicos, como simulações moleculares para descoberta de novos medicamentos, otimização de sistemas logísticos globais, e análises financeiras avançadas para mitigação de riscos.
À medida que a computação quântica avança, ela abre portas para a criação de algoritmos quânticos que podem transformar a criptografia, a inteligência artificial e a análise de grandes volumes de dados, com impactos significativos em praticamente todos os setores industriais e de pesquisa. Instituições acadêmicas, empresas de tecnologia e governos ao redor do mundo já estão investindo bilhões para desenvolver infraestruturas que suportem esta próxima geração de computação.
#4 Infraestrutura crítica: A nova linha de frente da Cibersegurança
Os sistemas de infraestrutura crítica estão enfrentando ameaças sem precedentes. Dados recentes mostram que os ataques cibernéticos contra esses sistemas aumentaram 30% em apenas um ano, com os setores de energia, transporte e telecomunicações emergindo como alvos principais. Conforme esses sistemas se tornam mais interconectados digitalmente, sua vulnerabilidade a ameaças cibernéticas cresce exponencialmente.
O Centro Integrado de Segurança em Sistemas Avançados (CISSA), Centro de Competência Embrapii em Segurança Cibernética, iniciativa da Embrapii, operada pelo CESAR, está liderando a evolução da cibersegurança no Brasil. O CISSA representa um modelo operacional inovador com foco em quatro frentes principais: gestão de identidade e acesso, proteção e privacidade de dados, inteligência contra ameaças cibernéticas e aspectos legais, éticos e comportamentais.
Esta iniciativa chega em um momento crucial, já que a dependência do Brasil por plataformas tecnológicas estrangeiras criou vulnerabilidades significativas de segurança em infraestrutura crítica. O risco se estende além de sistemas individuais. Disrupções recentes destacaram como a dependência em soluções de grandes tecnologias internacionais pode comprometer a segurança nacional e a resiliência operacional.
#5 Construindo segurança centrada no ser humano
A evolução da cibersegurança deve focar em seu componente mais crítico – e vulnerável: os humanos. Com 88% das violações de dados atribuídas a erros humanos, as organizações estão reconhecendo que a tecnologia por si só não é suficiente. O desafio é particularmente presente entre grupos etários, com funcionários mais jovens cerca de cinco vezes mais propensos a relatar erros de segurança. Curiosamente, o tempo e a experiência provam ser valiosos em cibersegurança.
Enquanto 32% dos empregados entre 31-40 anos clicaram em links de phishing, apenas oito por cento daqueles acima de 51 anos relatam ter caído nesses golpes. Isso sugere que a experiência de vida e redes profissionais fortes ajudam na detecção de atividades suspeitas.
O caminho a seguir requer uma abordagem multifacetada que inclui a integração da segurança em fluxos de trabalho diários, substituindo treinamentos tradicionais por experiências de aprendizagem interativas e envolvendo funcionários no desenvolvimento de políticas de segurança. Ao tratar a segurança como um esforço colaborativo, as organizações podem construir defesas mais fortes que alavancam tanto a perspicácia humana quanto a inovação.
#6 Defesa contra desinformação: Uma nova fronteira de segurança
A desinformação está se intensificando na América Latina, com “mercenários digitais” sofisticados operando em todo o espectro político para espalhar narrativas falsas. Esses atores estão cada vez mais habilidosos em driblar as medidas de segurança das plataformas de mídia social, criando um desafio complexo que exige soluções inovadoras.
Uma investigação colaborativa por organizações de mídia de 14 países latino-americanos expôs a escala dessa ameaça, conforme a Foreign Policy. A pesquisa, coordenada pelo Centro Latino-Americano de Jornalismo Investigativo (CLIP), revela como redes de desinformação têm evadido com sucesso tanto controles de plataformas quanto supervisão governamental.
Como exemplo, o Tribunal Eleitoral do Brasil demonstrou como a ação rápida pode ser eficaz, tendo contrariado com sucesso alegações falsas de fraude eleitoral dentro de 24 horas de sua aparição.
#7 Segurança corporativa: O Setor Financeiro do Brasil sob ameaça
A história de sucesso das fintechs no Brasil criou um desafio inesperado: níveis sem precedentes de cibercrime financeiro. Com o Pix processando mais de três bilhões de transações mensalmente – cinco vezes mais que pagamentos tradicionais com cartão – a infraestrutura financeira digital do país tornou-se um alvo atrativo para ataques sofisticados.
As estatísticas contam uma história convincente: 44% dos brasileiros mantêm apenas contas digitais, tornando o mercado particularmente vulnerável a ameaças baseadas em navegador. Esta vulnerabilidade está impulsionando respostas estratégicas em todo o setor.
A aquisição de US$350 milhões da ClearSale pela Experian em outubro de 2024 sinaliza uma mudança para soluções integradas de prevenção de fraude que combinam monitoramento de transações com segurança de contas.