Nesses tempos de avanço acelerado das novas tecnologias, a agilidade nas operações deixou de ser uma escolha para se transformar em um imperativo para as empresas. Afinal, ser rápido e eficiente nos negócios pode fazer a diferença na hora de criar um produto ou serviço, atender um cliente ou gerir o próprio caixa. É nesse ponto que sistemas de pagamentos instantâneos – como o Pix brasileiro – têm muito a oferecer para as empresas, transformando o que era um processo lento e custoso em algo imediato e barato.
E essa evolução está apenas no começo. É certo que, nos próximos anos, os pagamentos instantâneos se tornarão a norma, provavelmente incorporando tecnologias como a inteligência artificial (IA) e a internet das coisas (IoT). Permitindo transações com moedas diferentes e criando soluções que ultrapassam fronteiras, esses pagamentos turbinados com ferramentas tecnológicas vão oferecer – tanto para quem paga quanto para quem recebe – mais comodidade e eficiência. São operações ágeis, seguras e permanentes: estão disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana.
Diversas indústrias são impactadas pelos pagamentos instantâneos: varejo (físico e online), serviços financeiros, cadeia de suprimentos e logística, serviços públicos, indústria de jogos e apostas, só para citar algumas. Plataformas de apostas digitais, por exemplo, aumentaram a quantidade de usuários, o montante total processado e a receitas após adoção de serviços de pagamento instantâneo.
Tecnicamente, pagamentos instantâneos (também chamados de pagamentos imediatos ou pagamentos em tempo real) são transferências de recursos que saem de uma conta e chegam a outra em até dez segundos depois do processamento da operação. Isso independentemente de a transferência ser de conta jurídica para conta física (B2C), de conta jurídica para outra conta jurídica (B2B), de uma conta física para outra conta física (C2C) ou entre contas (A2A). Antes disso, as transferências bancárias normalmente demandavam pelo menos um dia útil de espera. Tamanha agilidade dos pagamentos instantâneos vem do fato de essas operações serem processadas sem intermediários, como câmaras de compensação ou bancos correspondentes.
À parte a questão da agilidade, os pagamentos instantâneos têm também a vantagem da redução de custos. Nesse novo sistema, não há taxas de transação e outros custos associados a pagamentos tradicionais, como taxas de processamento de cheques e transferências entre bancos. Além disso, os pagamentos em tempo real têm impacto positivo sobre a gestão do fluxo de caixa. Isso porque, uma vez que as transações são concluídas instantaneamente, é evitada a inviabilização de um pagamento por problema de falta de fundos.
Os pagamentos instantâneos estão hoje se desenvolvendo a pleno vapor em vários mercados ao redor do mundo, já se consolidando como o que há de mais avançado na indústria de meios de pagamento. É habitual que cada país crie modelos de transferências de recursos adaptados à sua própria realidade, legando a operação do sistema a bancos centrais ou entes privados. Exemplos já em operação e projetos não faltam, e a experiência mostra o entusiasmo dos usuários na adesão – é só ver os números do sucesso do Pix no Brasil.
Nos Estados Unidos, há o FedNow, lançado em 2023 e que, como o próprio nome sugere, é operado pelo Banco Central do país. No Canadá, o Real-Time Rail (RTR) tem lançamento marcado para 2026, enquanto na zona do euro o SEPA Instant Credit Transfer opera desde 2017. Outras experiências são o Faster Payments, lançado em 2018 no Reino Unido; o Unified Payments Interface (UPI), em operação desde 2016 na Índia e um dos exemplos de maior sucesso e popularidade entre os pagamentos instantâneos; o Faster Payment System (FPS), lançado em 2018 em Hong Kong; o New Payments Platform (NPP), operando na Austrália há seis anos; o FAST (Fast and Secure Transfers), de Singapura, um dos primeiros meios de pagamentos instantâneos, lançado em 2014.
É um caminho sem volta. Os próximos anos certamente vão testemunhar a consolidação dessa modalidade de pagamentos ao redor do mundo, e as empresas que não querem ficar para trás definitivamente precisam acompanhar essa evolução. Que tem ainda muito, muito a avançar.