InícioArtigosLojista Virtual: evite problemas fiscais na Black Friday! 

Lojista Virtual: evite problemas fiscais na Black Friday! 

Para o e-commerce brasileiro, a Black Friday já se tornou o melhor momento do ano em termos de faturamento. A data, porém, não traz somente desafios operacionais, mas também na área tributária, onde pequenos erros podem se transformar em grandes problemas. A gestão fiscal exige precisão nas transações: qualquer divergência nos registros e documentação pode levar a prejuízos em plena Black Friday, uma data em que não há margem para erros. 

Nos últimos anos, as vendas online no Brasil têm registrado um crescimento expressivo. Somente na Black Friday de 2023, o faturamento foi de R$ 6,1 bilhões, representando uma expansão de 16% em relação ao ano anterior, conforme dados da *Ebit/Nielsen* (Exame, 2023). Com a expectativa de que 2024 siga a mesma tendência, preparar-se para esse pico de vendas se torna essencial, especialmente considerando os riscos fiscais associados a esse volume elevado de transações. 

Entre os problemas mais comuns está a duplicidade de notas fiscais, causada por falhas de conexão com a Secretaria da Fazenda (Sefaz) ou problemas nos próprios sistemas internos das empresas. Quando isso ocorre, o lojista pode acabar pagando impostos indevidamente, enfrentando autuações ou até mesmo comprometendo o controle de estoque, o que afeta a experiência de compra. Para evitar esses contratempos, especialistas recomendam o uso de plataformas fiscais automatizadas, que monitoram a comunicação com a Sefaz em tempo real, alertando para duplicidades e permitindo o cancelamento de notas duplicadas. 

Outro desafio recorrente durante a Black Friday é o uso do modo contingencial para emissão de notas fiscais. Quando a comunicação com a Sefaz falha, as empresas recorrem a esse sistema de backup, no qual a nota é gerada, mas só terá validade fiscal após o reestabelecimento da conexão. Esse sistema, essencial para manter o fluxo de vendas, pode ser uma faca de dois gumes. Notas rejeitadas por erro na chave de acesso, por exemplo, podem gerar questionamentos dos consumidores e reclamações em órgãos como o Procon, afetando a reputação da empresa. É por isso que manter um bom monitoramento sobre a comunicação com a Sefaz e seguir as orientações sobre o uso correto do modo contingencial é indispensável. 

Os códigos NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) também são um desafio adicional. Esses códigos são utilizados para definir a tributação de cada produto, e qualquer erro na classificação pode acarretar rejeição das notas e impacto direto nos custos fiscais. Logo, a atualização constante da base de dados com os códigos NCM corretos deve ser uma prioridade para as empresas, especialmente durante a Black Friday. A necessidade de corrigir manualmente uma nota rejeitada pode ser um obstáculo em um momento no qual tempo e agilidade são fundamentais. 

Por fim, o mercado tem apostado em soluções cada vez mais sofisticadas de gestão fiscal, com plataformas capazes de prever e solucionar problemas em tempo real. Além de reduzir os riscos de multas, essas ferramentas garantem que a experiência de compra do cliente seja fluida, sem interrupções no processo de pagamento. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico – Abcomm (2023), plataformas com monitoramento de emissão fiscal e controle de inventário têm mostrado redução de 30% nos erros tributários e logísticos, durante períodos de alta demanda, reforçando que a tecnologia fiscal é um ativo essencial para empresas que desejam crescer no digital sem correr riscos financeiros. 

A Black Friday representa para o consumidor uma chance de aproveitar preços baixos, enquanto para o lojista é uma oportunidade de conquistar novos clientes e fidelizar antigos. Evitar problemas fiscais é, portanto, tão importante quanto ter bons preços e entrega rápida. Em um cenário em que 47% das lojas online brasileiras ainda são penalizadas por falhas tributárias, segundo pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo – Fecomercio (2023), investir em soluções que garantam uma gestão fiscal robusta e automatizada é mais que um diferencial — é um requisito essencial para competir no e-commerce e garantir o sucesso da operação. 

Luciano Furtado C. Francisco
Luciano Furtado C. Francisco
Luciano Furtado C. Francisco é analista de sistemas, administrador e especialista em plataformas de e-commerce. É professor do Centro Universitário Internacional – Uninter, onde é tutor no curso de Gestão do E-Commerce e Sistemas Logísticos e no curso de Logística.
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