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    IA, dados e a arte de conquistar e reter grandes marcas nas agências de publicidade

    Se existe uma verdade universal para as agências, é que nenhum contrato com um cliente dura para sempre. Mais cedo ou mais tarde, surge um pedido de proposta (RFP) que inicia o conhecido processo de reconquistar a confiança do cliente. No entanto, à medida que os métodos de negociação publicitária e as abordagens de segmentação evoluem, continuar fazendo “o que sempre foi feito” já não é suficiente.

    Tradicionalmente, os clientes recorrem às agências por duas razões principais. A primeira é o acesso privilegiado a inventários de mídia, graças aos relacionamentos exclusivos com emissoras, canais e plataformas — fruto de décadas de parcerias. A segunda é a capacidade de oferecer estratégias de segmentação e audiência com tecnologias que atendem a necessidades específicas de alcance e desempenho. Porém, a inovação tecnológica tem reduzido progressivamente a vantagem competitiva das agências em ambos os aspectos.

    Com o aumento do investimento em tecnologias programáticas e transações baseadas em leilões se tornando padrão, os relacionamentos pessoais têm perdido relevância, até mesmo nas negociações tradicionais de TV. Para agências que investiram cedo em inteligência artificial (IA), surge a percepção de que agora oferecem serviços muito semelhantes aos de seus concorrentes, incluindo outras agências e grandes players de tecnologia publicitária.

    O momento é de ação: as agências precisam utilizar a tecnologia para criar ou reforçar novas capacidades que as mantenham competitivas. Entre essas, a mais importante é o potencial dos dados criativos. O desafio está em adaptar suas respostas a RFPs para destacar esse diferencial essencial.

    Os clientes buscam agências capazes de acompanhar o ciclo constante de novas ferramentas e inovações, como demonstrado pelo boom de startups de inteligência artificial generativa nos últimos dois anos. É compreensível que as agências estejam incorporando tecnologia de ponta em seus pitches: 70% dos  tomadores de decisão de agências nos EUA utilizam IA generativa para desenvolver conceitos iniciais, e 59% a empregam para otimizar insights sobre o público, segundo a Forrester.

    Adotar a IA certa é crucial, mas implementá-la e utilizá-la de forma eficaz pode ser desafiador. Além disso, espera-se que as agências não apenas melhorem a eficiência, mas também impulsionem o crescimento dos clientes. Segundo a Coca-Cola, as agências devem considerar os seguintes aspectos ao avaliar tecnologias:

    • A solução de IA deve ter um propósito claro e definido;
    • Integrar-se perfeitamente às operações existentes, tanto da agência quanto do cliente;
    • Demonstrar eficácia com resultados comprovados e aderência a padrões éticos;
    • Ser escalável e adaptável a diferentes clientes.

    A qualidade criativa é amplamente reconhecida como o principal motor da eficácia de marketing, com 80% dos profissionais classificando-a como essencial, de acordo com a Marketing Week. Por isso, as agências precisam se destacar por meio de sua capacidade de mensurar e otimizar campanhas baseadas em dados criativos.

    Quatro perguntas que os pitches das agências devem responder

    1. Sua solução incorpora dados criativos ao stack de marketing?A separação histórica entre equipes de mídia e criação faz com que muitos profissionais de mídia considerem que questões criativas não são sua responsabilidade. Essa visão limita o impacto e a eficiência das campanhas. Respostas a RFPs devem demonstrar processos integrados, onde equipes refinam e melhoram anúncios em tempo real, usando insights constantes de dados criativos.
    2. Você utiliza dados criativos em tempo real para otimizar anúncios e informar produções?A falta de otimização criativa em tempo real é um problema comum. Avanços recentes em machine learning e processamento de dados permitem análises quase instantâneas, ajudando agências a demonstrar agilidade ao ajustar campanhas criativas com base em insights imediatos.
    3. Como você mede e minimiza desperdícios de mídia, especialmente com foco em sustentabilidade?Com consumidores mais conscientes ambientalmente, agências devem demonstrar como alcançam metas de sustentabilidade, otimizando criativos para reduzir desperdício de mídia e energia. Dados criativos oferecem insights sobre o desempenho de mensagens, eliminando o desperdício de recursos em conteúdos ineficazes.
    4. Você garante que os anúncios estão adaptados ao propósito e ao canal?A adequação ao canal deve ser prioridade, mas muitas vezes é negligenciada. Pitches devem detalhar como garantem governança de marca e aderência às especificidades de cada plataforma, incluindo requisitos de orientação de tela, som e localização de conteúdo.

    Próximos passosSuperar a concorrência exige mais do que bons relacionamentos e eficiência operacional. Incorporar dados criativos aos processos centrais da agência permite oferecer uma proposta diferenciada e valiosa para marcas que buscam soluções robustas e orientadas por desempenho. Demonstrar uma estratégia integrada de dados criativos — desde a otimização em tempo real até insights futuros — posiciona as agências como parceiras indispensáveis no sucesso dos clientes.

    Robert Wollner
    Robert Wollner
    Robert Wollner é vice-presidente de parcerias com agências da Vidmob.
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